terça-feira, 9 de junho de 2009

A Negação da Negação


No princípio, era o estereótipo. Depois, sua negação. E agora?
Ao fazer a pesquisa para escrever este texto, busquei no Google “estereótipo homossexual”. Só encontrei respostas relacionadas à negação dos estereótipos tradicionais atribuídos aos homossexuais. Ao preconceito que há em torno da visão de gays efeminados e lésbicas masculinizadas. É justamente aí que começa o problema - e o nosso assunto de hoje!
Da recusa de um preconceito, nasce outro. Pensar que todos os gays são cabeleireiros e ouvem Madonna é tão equivocado quanto pensar que não existem gays-cabeleireiros-fãs-da-Madonna. Da mesma forma, supor todas as lésbicas como jogadoras de futebol e fãs da Ana Carolina é tão errado quanto negar que elas existam.
Se houvesse um oposto ao estereótipo homossexual, qual seria ele? O estereótipo heterossexual, claro. As regras de aparência física e comportamento social que regem nossa sociedade. Homens devem parecer homens e mulheres devem parecer mulheres, como se os conceitos de aspecto masculino ou feminino também não fossem meros códigos sociais.
Se você assistiu ao filme “Desejo proibido”, lembre da segunda história, ambientada nos anos setenta. Um grupo de meninas, revoltadas com sua expulsão do grupo feminista da faculdade por serem lésbicas, alegam estar sofrendo preconceito. Então rejeitam a namorada “masculinizada” da amiga, tornando-se assim tão preconceituosas quanto as que as expulsaram do grupo. A quem ainda não assistiu, recomendo.

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